Fernando Pessoa, Parque dos Poetas, Oeiras |
Sombra
Como um novelo enrolado para dentro,
É assim que te definem.
Não sentes o sangue que vivifica,
O amor que te persegue...
Os sorrisos que outrora lançaste
Transformaram-se em pó...
As pessoas que te rodeavam eram ficção...
Todavia agarraste-te a elas...
Partilhaste com elas os teus pensamentos, os sonhos, as tristezas...
Mais... deste-lhes a tua Vida!
Viveram por ti e em vez de ti!
Deste-lhes nome, profissão, idade ...
Não passaram de criações literárias...
Esperavas que vivendo elas, fosses feliz?
Talvez... com Ophélia...
Mas elas não deixaram...
Como é que com a força da mente,
Não fizeste como o Marinheiro?!
Perdeste-te de ti!
E ainda dizes:« Só me encontro quando de mim fujo?»
La Salete Ferreira
12/04/2000